sábado, 8 de abril de 2017

Que material de Língua Inglesa devo adotar? What Language Learning Materials Should I Use?


Aqui é o nosso ponto de partida, ele é muito importante e ao mesmo tempo muito delicado, pois ele pode acabar com a sua carreira, ele pode te levar ao sucesso ou ao fracasso total dependendo do tipo de material que irá adotar. Como irá dinamizar suas aulas?

A escolha do material a ser adquirido ou a ser desenvolvido deve levar em conta o que é melhor para a realidade da escola ou do curso, em que  ambiente você trabalha ou coordena. Você quer mantê-lo assim ou quer reorganizá-lo? Quer algo mais efetivo?!

Aquela frase bem clichê de que o barato sai caro, se adequa muito bem a essa situação. Você pode escolher um material barato, graficamente deficiente, contendo vários erros gramaticais, produzido por pessoas que não foram bem capacitadas, fácil de utilizar para agradar a coordenação, aos pais e aos alunos, mas será que esse livro ou pack escolhido, eles atingirão um nível de listening, speaking, reading e writing que você precisa desenvolver nos alunos? 

Caso queira se destacar e ser um grande profissional, precisará levar em conta vários itens, pois esse feedback, essa resposta lhe mostrará se você está no caminho certo ou não.

Nunca escolha um material pelo preço, escolha pela qualidade e necessidade. Cabe a você fazer uma pesquisa sobre que tipo de material as escolas estão adotando, principalmente para as que são ou querem ser escolas de ponta. Isso para cursos de Inglês também vale. Mas como agir nas escolas brasileiras públicas? Quando há algum material é velho, antigo, rasgado, rabiscado, porque muitas vezes não existe nada, daí sugiro ao professor elaborar um material, pois era isso que eu fazia, criava uma apostila para que eu pudesse utilizá-la, de acordo com a realidade da escola e com o meu dinheiro, por exemplo, se você leciona em 4 turmas de 5º ano, fazia cerca de 40 cópias desse material e emprestava, usava de sala em sala, saía de uma sala e partia para outra com minhas apostilas e meu rádio. 

Uma vez consegui um material gratuito de uma editora, fiz uma parceria (guarde bem essa palavra, você precisará dela sempre), pedi autorização à direção e aos responsáveis, foi bom para a editora, a direção, os pais, os alunos e bom para mim. Eles testavam e pesquisavam seus livros com as crianças, enquanto eu ensinava e mediava, foi como um laboratório e eu podia dar aula com um material de qualidade, uma proposta que eu acreditava. Vale também, tentar um bom desconto com a editora, caso sua escola ou curso adote o material deles, essa questão de desconto é muito comum e é bom para todo mundo.

Há livros para uma aula de Inglês por semana, há livros para duas aulas por semana, há livros para serem usados em uma hora de aula todos os dias e há livros para serem usados na grade curricular no caso das escolas bilíngues.

Deve-se levar em questão qual é o tempo das aulas, geralmente para a Educação Infantil são 25 minutos por dia e para o Ensino Fundamental I são 50 minutos, geralmente, duas vezes por semana. Aqui deve-se analisar quantas páginas têm o livro, quantos dias letivos você tem para utilizá-lo e no caso de crianças de 3 à 5 anos, se o material vem com músicas e é voltado para a oralidade, termos do Everyday English.

Mas o que devo analisar no livro para adotá-lo?

Primeiro é sempre a impressão do material didático, se irá agradar ao público ou não. Não adianta agradar você e o público detestar, as aulas ficarão desinteressantes, não vai funcionar e você irá ter problemas, principalmente de disciplina, porque eles não irão se concentrar. Um bom material, um material interessante auxilia no comportamento de toda a classe. No caso de crianças a partir de 6 anos, vamos pensar com a cabeça delas, elas têm um apreço pelas novas tecnologias, geralmente escolho o livro que venha com DVDs de jogos ou sites para que possam utilizá-lo. “Brincar”,  faz o maior sucesso e no caso das crianças, elas se envolvem, gostam do que estão vendo e fazendo e atingem o objetivo que é o de fixar o que aprenderam em sala de aula. Mas e as de 3 à 5 anos, o que devo fazer? Será que elas vão conseguir aprender alguma coisa?

Tudo depende... Pode funcionar ou não! Qual é a metodologia que você irá utilizar?

Vou deixar um registro muito pessoal aqui de algo muito sério que me ocorreu. Comecei a utilizar um material didático que achei lindo, perfeito para criancinhas, colorido, com desenhos bem infantis, apropriado para crianças de 3 à 5 anos, lúdico, diferente, criativo, um pack maravilhoso. Pensei “nossa farei o maior sucesso, vou arrebentar este ano!” Vinha eu muito feliz pelo corredor com meu novo amiguinho pendurado no pescoço. Primeiro dia de aula, aquela curiosidade de conhecer os alunos novatos e de rever os antigos e muita vontade de apresentar o meu novo amigo. 

Ao apresentá-lo algo inusitado aconteceu, notei que se iniciava uma choradeira que se tornou geral e logo me ocorreu “o que eu fiz?”, “será que foi o rádio?”, só depois de algum tempo percebi que as crianças ficaram com medo do fantoche que era o de um grande macaco e eu não consegui lecionar mais nesse dia, foi um caos total, tive de acalmá-los e deixei-os brincar com outros personagens, essa turma era uma de 3 anos, tentei na turma de 4 anos e o mesmo aconteceu... as crianças ficaram com medo do meu apoio principal e lá se foram minhas expectativas por água abaixo. Tive de utilizar aquele material muito interessante, mas sem o meu melhor amigo fantoche, escondi o personagem principal por 3 anos, pois fica muito mal vista a escola trocar de material a todo momento, não dar sequência ao conteúdo. Tentei levá-lo outras vezes, mas foi um fracasso, eu não sabia que um “macaquinho” podia desagradar e assustar tanto. Passando esse tempo, consegui um outro material, da mesma editora, cujo personagem principal era um gato, com essa mesma finalidade, porém para minha surpresa agradou e muito. Foi um sucesso total... Será que ficou claro? Coisas inusitadas podem acontecer até mesmo com o material mais caro, de uma editora do exterior, o pack mais elaborado... por isso analise-o bem antes de escolher!

Não entendo como alguém que dá aulas para crianças não utiliza o rádio nem músicas, sinceramente, não acredito que sem esse facilitador alguém atinja seus objetivos mais rapidamente. Bom, quando eu digo rádio, isso também diz respeito ao e-board, tablet, uso de tecnologias.

Farei um capítulo exclusivo sobre a utilização de música nas aulas de Inglês, mas isso é algo muito importante, algo que você não se deve deixar passar, aliás, é importante: utilizar músicas para todas as idades, a música ajuda na memorização de frases, palavras, gírias, na aprendizagem de termos do dia a dia, ajuda o “ouvido”, ela treina a audição para se acostumar com a sonoridade das palavras e quanto mais cedo isso ocorre, mais a criança terá facilidade para assimilá-las e seu significado também. 

Em livros de crianças e adolescente é comum o uso de músicas, chants, artistas famosos do cinema principalmente para os teenagers e onde ficam os adultos nessa história? Caso tenha escolhido um material que não as contenha, que seja cansativo e não provoque desafio nem curiosidade, converse com os alunos sobre que tipo de músicas gostam, se há algum cantor ou cantora internacional que eles admiram, artistas de cinema... Quando eu era adolescente, na época as Spice Girls estavam estourando, quando o computador e a internet nem existiam ainda na minha realidade, eu comprava oc CDs e a fita de vídeo para traduzir cada música, cada fala, ouvia mil vezes para aprender as pronúnias e a sonoridade correta já que meu inglês era totalmente americano e as moças da banda eram britânicas, tudo voltado para Londres, os clipes, as roupas, quando mostravam em revistas o que elas estavam comendo, foi algo para mim que naquele idade me marcou muito, conhecer uma nova cultura. Comecei a perceber diferenças no sotaque, percebi que a gramática era mais sofisticada e nas gírias, elas me fizeram pesquisar e estudar, era como se eu recomeçasse meus estudos de LI. Adolescentes e adultos adoram isso, ainda mais com tantos programas e séries de tv. Entretanto, um outro recurso que eles amam e você pode até desenvolver um material dentro disso ou uma competição, seria o de criar um karaokê usando vídeos do site youtube (basta colocar o nome da música e escrever lyrics ou karaokê e o nome da música), recursos não faltam para ensinar Língua Inglesa de maneira efetiva, agradável.

Mas e as crianças de 2 anos, o que devo fazer? Será que elas vão aprender Inglês se nem falam o Português direito? E as de 3 à 5 anos como ficam?

Escreverei um capítulo específico falando sobre como você deverá lecionar para elas.

Geralmente, intercalo minhas aulas para crianças de 3 à 5 anos com: uma aula de dinâmica usando o corpo, uma aula de contação de história, uma aula de livro e uma aula de dinâmica com objetos e músicas etc. Bem, entre em contato comigo caso precise de orientações mais específicas isabelafanni@gmail.com .

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